29 agosto 2007

lettera amorosa

Respiro o teu corpo
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.


*

Creio que foi o sorriso,
0 sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
apetecia entrar nele, tirar a roupa,
ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar,

morrer naquele sorriso.

Eugénio de Andrade

2 comentários:

Anónimo disse...

Tmb era o teu sorriso q me fazia kerer 'morrer em ti'.... e o teu aroma.«You are my eternal flame»

Anónimo disse...

Adorei o segundo poema. Eugénio de Andrade...que sensibilidade. :-)
Obrigado,minha linda!!!************