12 outubro 2008

escrita criativa 7


ela entrou na sala novamente.
o ambiente estava tranquilo e as conversas há muito que adormecidas em cima dos sofás e ao longe o ultimo cigarro desenhava circulos de fumo deitado no cinzeiro.
ela levou as mãos aos cabelos, prendeu-os e começou a procurar as coisas que se encontravam perdidas na sala.
dali a um bocado ele abriu a porta e entrou também.
ela levantou os olhos do chão e não disse nada. do lado contrário também não houve grande conversa.
ela senta-se, solta o cabelo e sai da sala.
um arrepio na nunca leva-a a crer que não saiu sozinha de onde estava.
vai a meio do corredor quando sente uns braços a segurarem os dela e rapidamente o abraço que se adivinhava. volta-se, mas antes que diga uma palavra um beijo cala-lhe a razão.
não há um unico ruido na casa.
nem na sala, nem no corredor..
nem no quarto para onde entram às escuras e a tactear as paredes em busca de um apoio que não encontram.
deixam-se escorregar pelas paredes até chegarem ao chão onde permanecem com as bocas seladas.
as respirações aumentam de ritmo, assim como os gestos..
há mãos em todo os espaços vazios, a preencherem um vazio.. e a esgotar um desejo.
só há luz no brilho dos olhos de ambos.

1 comentário:

Vera Isabel disse...

Gosto do "também não houve grande conversa". Já li o texto mais de uma vez e esta frase simplesmente ficou-me na moleirinha. ^^

*já cansam tantos pensamentos e palavras, e pensamentos e palavras, e acções que morrem na rua*