o vento abrandara.
as pessoas começaram a adormecer, acordando os sons da velha casa.
lembro-me que nessa altura a música já tinha parado.
o chão de madeira fez um leve som semelhante a um estalido.. levantei os olhos para ver o teu rosto tão perto do meu.
o reflexo trémulo entre as sombras.. a cor dos nossos cabelos em contra luz.
deitada de lado, desejei que a minha boca não deixasse a tua nem por um segundo.. mas entretanto nesses pensamentos devo ter adormecido.
acordei com a luz azul da madrugada, o som de meia dúzia de pássaros a chilrear lá fora.. uma pequena formiga a andar por cima do livro que entretanto tombara junto ao colchão.
movi um pé nos lençóis que nos cobriam, levantei a cabeça e voltei a olhar para o lugar que tinhas ocupado durante a noite.
fechei os olhos e desejei que tivessemos feito amor, trocado segredos.. ficando depois a sorrir em silêncio no escuro.
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