Eu, sabendo que te amo e como as coisas do amor são difíceis, preparo em silêncio a mesa do jogo,
estendo as peças sobre o tabuleiro,
disponho os lugares necessários para que tudo comece: as cadeiras uma em frente à outra,
embora saiba que as mãos não se podem tocar,
e que além das dificuldades,
hesitações,
recuos ou avanços possíveis...
só os olhos transportam, talvez, uma hipótese de entendimento.
É então que chegas,
e como se um vento do norte entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde o fogo consome o que resta do nosso quebra-cabeças.
( Nuno Júdice )
1 comentário:
andas muito muito cor de rosa, roxo e essas cores...
dover*
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