08 fevereiro 2010

aparição

Bruscamente, porém, a imagem de Sofia estampou-se-me nos nervos.
Precisava de a ver de novo, de cerrar o mundo todo no meu punho sangrento.
Atravessei a cidade, desci a rua, bati à porta.
Que iria dizer? Oh, Sofia, nada, nada. Ver-te, ver-te só. (...)
("Esperava-te também, esperava-te também...").
Que era a vida e o seu sonho e as suas conveniências?
Ser feliz, ser feliz.
Esgotar no instante toda a ferragem e velharia de quantos problemas e interrogações e amarguras.

Vergilio Ferreira - "Aparição"

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