31 agosto 2008

606


The Avalanches

have a nice sundae ;)

you're the intruder hand.. i'm the branch that you break

"I'm a fountain of blood
in the shape of a girl...
Drink me

make me feel real

I'm a path of cinders
burning under your feet
You're the one who walks me
i'm your one way street

I'm a whisper in water
secret for you to hear
You're the intruder hand
I'm the branch that you break"
[foto por Filipe Morna]

30 agosto 2008

as minhas baboseiras já foram mais técnicas

ainda não sei ao certo o porquê de todas estas questões altamente irrelevantes de um ponto de vista filosofico/metafísico (e acima de tudo esotérico!!) mas ainda assim..

porque será que eu..:

_ ainda insisto em comprar pilhas àquela velhinha simpática do quiosque? ela conquistou-me com aquele falar doce que só as idosas possuem e o cheiro de pão quente que me faz lembrar a minha avó.. e só isso justifica que eu continue a cair no embuste de lhe comprar as ditas pilhas para o mp3 todas as semanas. eu já sei que não duram nada, mas não consigo resistir em ir dar-lhe os bons dias todas as manhãs no caminho para o trabalho!!

_ insisto no uso do secador como for5ma de domar o meu cabelo. já vai sendo altura de respirar fundo e admitir que ele tem uma vida própria, se mostra muito senhor do seu nariz e se rebela ferozmente de uma forma ou de outra.. curly forever..

_ sou sempre chamada à presença do patrão (ou de outra figura de razoavel autoridade) quando estou a fazer as coisas mais tolinhas ou despropositadas (ex: comer gelatinas de morango, pudins e bolachas de chocolate com uma sofreguidão injustificavel aos olhares dos demais;
cantar músicas que estão a passar na rádio sem ter noção do quão mal a estou a cantar, possivelmente a inventar as letras quando não sei bem o dito reportório e ainda insisto em fazer caras esquisitas como quem está realmente a sentir o que canta.)

_ acho tanta piada em chatear a cabeça aos outros mas detesto que me façam o mesmo??

_ caminho tão lentamente para o local onde tenho de chegar a horas e acelero o passo quando sei que não tenho nada nem ninguém à minha espera?

_ me distraio com questões parvas do tipo: o que raio fará uma loja de artigos sexuais ao lado de um consultório onde garantem ler a sina e fazer regressões a vidas passadas? mas afinal que raio me está a escapar aqui? =\

esta lista ainda está em fase de actualização :)

28 agosto 2008

as i fall asleep


Bjork - Possibly Maybe

I suck my tongue in remembrance of you..
Possibly maybe

sweet dreams are made of..

24 agosto 2008

os sons da noite..

never know how much I love you
never know how much I care
when you put your arms around me
i get a fever that's so hard to bear
you give me fever when you kiss me
fever when you hold me tight
fever in the morning
fever all through the night.
everybody's got the fever, that is something you all know
fever isn't such a new thing
fever started long ago
sun lights up the daytime
moon lights up the night
i light up when you call my name
and you know I'm gonna treat you right
...
what a lovely way to burn..
what a lovely way to burn
*

23 agosto 2008

notas na caixinha de música

ainda é verão, pensei eu à pouco quando me espreguiçava na cama.
o regresso á rotina do levantar cedo e voltar a olhar para o relógio para me despachar e chegar ao trabalho e depois das 18h começar a fazer o que quero regressou. agrada-me em parte, mas o já não poder ter tempo para passeios de verão é que me custou!
já ando à procura de motivações extra para continuar a ter surpresas ao longo dos dias. e avançando no calendário, dia 11 de novembro potencialmente poderei ter uma. estou empenhada em não deixar escapar o concerto dos Sigur Ros.. e a razão do porquê é muito simples: deve ser um espectáculo brutal a todos os níveis, daqueles onde a música leva a plateia a flutuar para outras paisagens, despertar sentimentos que muitas vezes nem temos tempo para lhes dedicar, e tudo isto vivido entre todos os que lá estiverem a ouvir.
Sigur parece uma caixa de música que se abriu e deixámos tocar, deixando as notas soltas espalharem-se pelo ar.. ora leves ora mais agressivas.. e nós simplesmente nos deixamos levar.
já estou a precisar da minha dose de ir a um bom concerto, depois da ultima experiencia ter sido com o meu muito estimado Jose, o Gonzalez.
aqui fica um video, para servir de aperitivo.


Sigur Ros - Hoppipolla

[possivelmente um dos melhores videos que já vi na vida.. uma ideia genial]

Sigur Ros.dia 11 Novembro.Campo Pequeno

22 agosto 2008

escrita criativa 6

a noite já ia longa..
ela olhara para o relógio cerca de 3 vezes no espaço de vinte minutos, o que revelava ou ansiedade ou aborrecimento.
a coisa podia correr para os dois lados.
olhou em volta e no meio de copos vazios, restos do jantar improvisado, conversas que morriam juntamente com o resto dos ultimos cigarros que se extinguiam nos cinzeiros, corpos semi adormecidos atirados para todos os cantos da sala, e tentou encontrar o olhar dele no meio do fumo para lhe dizer "vamos embora?"
não surtiu efeito a tentativa de diálogo. "humm, o contacto visual é sobrevalorizado, realmente!", pensou com desdém, e num ultimo olhar em volta pensou que talvez fosse a única a sentir aquele sentimento crescente e pálpavel de estar além..
levantou-se, subiu para cima do sofá, deslizou até ao chão e enquanto caminhava até à porta balbuciou um "vou apanhar ar lá fora". espalmou as mãos de encontro ao vidro da porta e foi para o jardim.
foi já aí que se deu conta que se tinha esquecido do casaco em cima do sofá e que agora lhe faria imenso jeito. mas não lhe apetecia voltar a abrir a porta.

preferiu saborear o silêncio e a paz do jardim.. parecia ser o unico sitio onde parecia que não estava ninguém a nao ser ela e os pensamentos.
eis quando uma sombra se estende ao seu lado..
- desculpa, espero não te ter assustado.. -- diz-lhe uma voz macia.
- não, mas pensei que estava sozinha..
- humm.. mas porquê? preferias estar? vais fazer algo que eu não possa ver? -- retorquiu a mesma voz com um riso.
- quem sabe.. talvez me apeteça por-me aqui toda nua a dançar ao som do nithin sawnhey e tu estás aqui a mais.. ou então posso começar a falar sozinha e aí nesse caso, estarias igualmente a mais. -- responde-lhe abespinhada.
- já te disseram que tens um feitio tramado?
- já. por isso desde já não penses que me impressionaste com essa tua tirada de tão fraca originalidade.
- nesse caso talvez te deva informa igualmente que não me impressionaste minimamente com essa tua mania de mau feitio. acho que no fundo não és nada disso do que estás a tentar aparentar, e talvez estejas é com medo que eu me aperceba disso. -- pisca-lhe o olho.
- ok.. são 5 da manha e estou a ser analisada por um perfeito desconhecido no meio de um jardim..?? mas que idiotice.
agarrou no copo e senta-se no baloiço de madeira no fundo do jardim.
ele não deu a conversa como terminada.
- sabes, eu estava apenas a tentar ser cordial. é isso que as pessoas fazem numa festa.. metem conversa..
- pois mas talvez eu esteja farta do socialmente correcto. posso simplesmente não querer partilhar uma unica palavra contigo se isso me der na real gana. e se assim fôr, creio que estarei igualmente correcta. -- interrompe-o e levanta o olhar do copo só para lhe estudar a expressão.
inalteravel.. continuava ali especado e disposto em continuar a tecer uma conversa que até ao momento ela considerava como descabida. mas ainda não fora desta que o demovera.
- sabes.. -- disse ela para quebrar o silêncio -- talvez tenhas razão. eu ás vezes consigo ser muito.. como será a palavra? anti-social?
- também não creio que seja isso. talvez estejas assustada ou prefiras mesmo estar sozinha. se for o segundo caso eu acho que o que me suscita curiosidade é o porquê de tal escolha.. devo confessar. acho que és boa companhia, pelo menos esse teu feitio cativa.. -- conclui atirando uma gargalhada ao ar, o que lhe deixa a cabeça inclinada ligeiramente para trás.
é quando ela se apercebe que já o está a observar á tempo em demasia do que seria suposto.
- bom, está frio, acho que é melhor ir para dentro.
ficam apenas uns momentos a olhar um para o outro. ele fita-a de cima a baixo, e demora algum tempo a olhar-lhe para os pés que estão descalços em cima da relva.
- olha.. acho que te esqueceste de qualquer coisa, oh cinderela -- diz então em tom de gozo e já a olhá-la nos olhos.
ela baixou os olhos envergonhada, como se na nudez dos seus pés estivesse toda a nudez que alguma vez sentira.

encolheu os ombros, tentando não se dar por achada, fixou-lhe a boca e regressou à sala.

21 agosto 2008

arrepios

"Queres ? Queres algo ? Queres desejar ? Desejas querer ? Desejas-me ? Desejas querer-me ? Queres desejar-me ? Queres querer-me ? Queres que te deseje ? Desejas que te queira ? Queres que te queira ? Quanto me queres ? Quanto me desejas ?"

Ana Hatherly - "Um calculador de improbabilidades"

20 agosto 2008

a simple love song


Bjork - Pagan Poetry

the physical pleasure of sex is not only physical but mental.

17 agosto 2008

good night

fecha os olhos. permite-te adormecer naquilo que não aconteceu..
permite-te encontrar nas recordações o conforto de uma noite que chegou e vais abraçar.
Billie Holliday - I'll be seeing you

16 agosto 2008

5h00

sim, já houve um dia em que pensei para comigo: "não, isto não volta a acontecer".
porque o isto fora demasiado intenso, demasiado forte, trouxera demasiadas coisas boas, coisas más, complicadas, levara-me à exaustão e ao terminar levara boa parte de mim.
na solidão do depois julguei que tinha ficado incompleta.. cansada dessa coisa maravilhosa que dizem ser o amor, incapaz de voltar a dar nome a um sentimento daqueles ou pior ainda, incapaz de o aceitar em mim.
um dia, sem aviso, tudo mudou.
quando dei por mim já estava demasiado envolvida para recuar, ou mesmo negar que era isso mesmo o que sentia, ou conseguir viver sem pelo menos o encontrar e confessar-lhe o que sentia.
o resto.. não sei.. achava simplesmente que tinha de o dizer. não queria guardar aquelas palavras para mim, tinha de mostrar que aquela pessoa fora importante para mim, que não tinha sido uma simples colisão acidental, que deixara marca sim.. que nunca tinha deixado de pensar nela.. que não fora em vão as conversas, os risos, as parvoices, as brincadeiras..
e que gostava de a voltar a ver.
que ela tinha sido a imagem palpavel dessa palavra que se sente tantas vezes: saudades.
teriamos um desenrolar de inumeros cenários possiveis.. mas eu apenas queria dizer: tu és especial para mim.. e num universo de tantas pessoas tão semelhantes, tu és diferente, és tão "normal".. e não te sei explicar o porquê de não ter conseguido deixar de pensar em ti.
as respostas talvez não estejam em nós.. talvez estejam no espaço em que nós os dois encontramos uma união.. ou então simplesmente talvez não existam respostas.
és hoje muito mais do que alguma vez me dei crédito a mim mesma deixar alguém ser.


The Cardigans - For what it's worth

15 agosto 2008

the mirror conspiracy

mas afinal quem é este que me olha do outro lado do espelho? -- questiona-se ele enquanto sorri e esboça umas caretas e observa de forma curiosa o reflexo de tais gestos.
é curioso isto dos espelhos.. no fundo reflectem apenas aquilo que o nosso olhar estiver disposto a "ver".
solto um suspiro e em tom de desabafo digo.. "aos poucos torno-me um estorvo para mim mesmo".
mas já é tarde, por isso deixo cair a cabeça na almofada e guardo para amanhã o alento que hoje me falta.

11 agosto 2008

last night

ontem à noite consegui ouvir-me pensar.. consegui estabelecer diálogos comigo mesma, fazendo as perguntas mais variadas e encontrando em mim as respostas exactas para tudo o que me perguntava.
estava tão entretida que nem sei ao certo quanto tempo demorou este processo, sei que fui interrompida pelas tuas mãos meigas que me puxavam da cama, que me faziam festas na cara..
de repente deixei de ouvir os meus pensamentos.
as palavras voavam em circulo por cima das nossas cabeças, quando o unico som que se ouvia era o ruido imperceptivel das nossas respirações e do nosso abraço.
tocaste-me no cabelo enquanto passaste a tua cara na minha, fazendo deslizar a tua barba lisa pela minha bochecha esquerda, mesmo quando eu já estava encolhida debaixo dos lençois quase a adormecer.
adoro-te, gosto muito de ti, fascinas-me, és-me tão especial.. o que seria de mim sem ti?
adoro a maneira como cuidas de mim..
apeteceu-me dizer-te naquele instante, mas apenas abri os olhos e olhei para ti através do cabelo que me caía para a cara e aninhei-me debaixo do teu braço.
não abriste a boca.. terás percebido exactamente o que te quis dizer?
senti-me a adormecer.. e adormeci com a tua imagem no pensamento.

10 agosto 2008

escrita criativa 5

ensinaram-me a não mentir..
e como eu me orgulhava dessa minha conduta.
mas agora não consigo partilhar nada do que sinto, sinto-me dormente, e tu acusas-me.
mas são as minhas mentiras que te têm mantido por perto.
porque eu não sou perfeito, sou meramente uma fraude.
e tu continuas a esperar de mim mais do que posso encenar.. e isso desgasta-me.

dizes-me: "sê tu mesmo", já estás cansada das minhas defesas, das minhas razões estupidas que te enganam e iludem os teus sentidos.
mas se o faço é para te proteger de todo este meu inferno.
porque o que me pedes é mais do que eu te posso dar, e isso está a esgotar-me.
repito para mim mesmo: "pára de mentir, pára de fingir..", nada disto é nada se persistir no que estou a fazer.. apenas uma perda de tempo.
mas vou-te emprenhando com estas minhas mentiras, sabendo que em breve ouvirei os teus gritos.. aí gritarás tudo aquilo que tenho tentado esconder de ti com o uso das minhas ilusões.
mas para que queres a verdade se ela é capaz de te trazer tanta inútil e incomensurável dor?
mas se ma pedires eu dou-ta.
mas se me pedires mais do que eu posso ser, simplesmente não conseguirei.

[texto escrito como resposta ao teu desafio]

09 agosto 2008

#15 doença.crónica

aceno-te do cimo da escada enquanto deixo de te ver e ouço a porta da rua bater.
esta que caminha agora em passos lentos em direcção ao quarto é a mesma que não tem sono, não se quer deitar ou simplesmente se recusa a adormecer.
a mesma que ainda á pouco te disse tanto sem sequer falar.
a mesma que quer acreditar que me entendes mesmo quando não estou a tagarelar como de costume..
a mesma que..
essa que já conheces.
ou vais conhecendo.
essa sou eu.

escrita criativa 4

não tens noção do quanto me ajudas a crescer..
mas todas as palavras que te poderia dizer estão perdidas na minha boca..
ensinaste-me a encontrar-me, forçaste-me a virar os olhos para dentro
..e não fazes ideia do quanto isso me custou.

não agora.
o teu silecio deixou-nos ilesos, que importância tem isso de te questionar agora?
quem sabe consigas ver em mim alguém melhor do que o que realmente sou.
mas eu não sinto diferente de ti.
eu devia mesmo partir, mas agora é tarde, não consigo ceder..
o meu coração já padece do pior caso de doença que me seria suportável.
por favor, indica-me a saída e chama alguém.
deixa-me só, eu não me importo..
agora a unica coisa que tenho para recordar é o cheiro do teu cabelo.
e dou por mim a pedir-te que fiques..
fica.

e não me perguntes nada..
eu não sei dizer.

aquela sensação..

vem agora pára de fazer sentido...
tu és tu sempre que tu és, és mesmo tu quando pensas que és outra coisa...

e tu pensas que não.

mas tu és mesmo bom a ser sempre quem és.
daí o teu motivo ser inapagável, daí o teu desejo ser incontornável...
o prazer é tão maleável, daí o seu valor ser inestimável.

hoje eu nem dormi a tentar entender entre o que eu sinto e o que eu te digo.
o que é feito de nós, e o que vai ser.

04 agosto 2008

the time has come!

e chegou Agosto.
enquanto que uns terminam férias, eu começo as minhas.
e outros há que ainda esperam por elas.
elas as férias.. elas as festas, elas as noitadas com os amigos, elas as raparigas, bom, há elas para todos os gostos e feitios.
o meu elas são mesmo as férias, dias na praia e noites de alegria, sem ter de pensar em despertador na manhã seguinte.
isso vai-me parecer bem nos próximos dias.
vai saber bem.
há que arrumar tudo para partir, ter tempo de sentir saudade e saborear o que ainda não conhecemos.
há tempo para tudo.

(particular agradecimento ao Ernesto, esse fantástico cão de praia, pronto para toda e qualquer aventura!)