31 outubro 2006

divagadora

é incrivel a quantidade de coisas que conseguimos dizer com um silêncio...
e aquelas que nos escapam e esquecemos de dizer quando estamos de facto a falar.
dá que pensar, ou então não..

30 outubro 2006

são jogos de luz e de sombra..

são vultos..

é uma imagem..

é um desejo.

and all we really need to do.. is see the world like lovers do.

i need to feel..
i need to feel that way.


There is a paradise that can be found, a better life to bring us round
And all we really need to do Is see the world like lovers do

I want to take it easy, take it slow
To catch a fire and let it go
I wanna give myself to you so we can live like lovers do
Like lovers do...
I wanna feel that way
Like lovers do...
They loose themselves for days
And I need to feel

I need to feel that way

I can hear you thinking what I feel
I know that what we've got is real

And all we need to get us through
Is just to live like lovers do
Just like lovers do
I wanna feel that way

Give me the strength to give myself to you
Like lovers lovers do
All we really need to do is see the world like lovers do
I need to feel...

I need to feel that way
Like lovers do


(Heather Nova)

24 outubro 2006

Morning Yearning



















daqui a pouco vai chover.. vou-me deixar ficar.. aqui..

«Na tarde em que escrevo, o dia de chuva parou.
Uma alegria do ar é fresca de mais contra a pele. O dia vai acabando não em cinzento, mas em azul-pálido.
Um azul vago reflecte-se, mesmo, nas pedras das ruas.
Dói viver, mas é de longe. Sentir não importa. Acende-se uma ou outra montra.

No azul menos pálido e menos azul, que se espelha nos prédios, entardece um pouco mais a hora indefinida.
Cai leve, fim do dia certo... Cai leve, onda de luz que cessa, melancolia da tarde inútil, bruma sem névoa que entra no meu coração.
Cai leve, suave, indefinida palidez lúcida e azul da tarde aquática - leve, suave, triste sobre a terra simples e fria.
Cai leve, cinza invisível, monotonia magoada, tédio sem torpor.»

23 outubro 2006

Take what you take

a tua luz é intensa..
faz os meus olhos fexarem-se..
engulo o teu grito, provo-o, silencio-o ao mundo..
e guardo-o pra mim.

fragmento 112

"Nunca amamos alguém.
Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor.
No amor sexual buscamos um prazer nosso por intermédio de um corpo estranho.
No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa. O onanista é objecto, mas, em exacta verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso. É o único que não disfarça nem se engana.
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade.
No próprio acto em que nos conhecemos, nos desconhecemos.
Dizem os dois «amo-te» ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constitui a actividade da alma.
É de compreender que sobretudo nos cansamos.
Viver é não pensar."
(in Livro do Desassossego)

20 outubro 2006

Daydreamin'

« you and I know what the real deal is...
















we saw it the first time we laid eyes on each other... »

histórias de uma Branca de Neve dos tempos modernos.
às vezes sabe bem deixarmonos envenenar..

19 outubro 2006

o medo da perda de algo que ainda não temos...

de algo que é tão nosso...
de algo que não queremos abandonar mesmo quando dizemos que sim...

de algo que aprendemos com o tempo que não nos pertencia...

"eu sou uma pessoa normal.. com as minhas anormalidades".

18 outubro 2006

It's a fire, a fire I cannot put out..



Nerina Pallot - Sophia

gostava de pensar que esta música tinha sido feita pra mim.. as if.. :)

«5 o'clock and a fire escape symphony
Spilling out across the road and the square.
And the sky's the same as your own, do you think of me?
Do the parks, and the trees, and the leaves reach you there?
After the rain, in the lonely hours he haunts me,calling out.
Again, and again.

Sophia, Sophia, I'm burning, I'm burning
It's a fire, a fire I cannot put out.
Sophia, Sophia, I'm learning that some things I can'tgo without
and one of those is him.

And now I walk these streets like a stranger in my home town.
Learn the language, form the words when I speak
But he changed me, I'm his ghost since he came around
And now I count the hours and the days in the weeks.

Passion and silence.
Every word. Every line. A Measure.
It's the science ofthe soul.
And his books, they breathe a reason and now I want to know...

Sophia, Sophia, I'm burning, I'm burning
It's a fire, a fire I cannot put out.
Sophia, Sophia, I'm learning that some things I can't go without
and one of those is him

You, with your new born eyes
have you ever loved a man like I love him?
Do you hurt but still feel alive, like never before?
Oh, Sophia. Sophia.

Sophia, Sophia, I'm burning, I'm burning
It's a fire, a fire I cannot put out.
Sophia, Sophia, I'm learning that some things I can't go without.
I can't go without him.

13 outubro 2006

L' amour...

"No mundo onde tudo parece estar certo guardo os defeitos que me atam ao chão, guardo muralhas feitas de cartão, guardo um olhar que parecia tão perto.
Para o país do esquecer o nunca nascido levo a espada e a armadura de ferro, levo o escudo e o cavalo negro, levo-te a ti... levo-te a ti....levo-te a ti para sempre comigo..."









Demain il fera jour.
C'est quand tout est perdu
Que tout commence.
Demain il fera jour.


Après l'amour,
Un autre amour commence.
Un petit gars viendra en sifflotant,
Demain...
Il aura les bras chargés de printemps,
Demain...
Les cloches sonneront dans votre ciel,
Demain...
Tu verras la lune de miel briller
Demain...
Car demain :Tu vas sourire encore,
Aimer encore, souffrir encore,
Toujours...
Demain il fera jour.
Demain...

11 outubro 2006

Would you erase me?

[Clementine and Joel have broken into an empty house on the Montauk beach]

Joel: I really need to go. I should catch my ride.
Clementine: So go.
Joel: I did. I walked out the door. I was too nervous. I thought, maybe you were a nut. But you were exciting. I felt like I was a scared little kid.
Clementine: You were scared?
Joel: Yeah. I thought you knew that about me. I ran back to the bonfire, trying to outrun my humiliation.
Clementine: Was it something I said?
Joel: Yeah, you said so go. Said it with such disdain you know?
Clementine: Oh, I'm sorry.
Joel: It's ok.
Clementine: I wish you had stayed.
Joel: I wish I had stayed to. I swear to god I wish I had stayed. I wish I had done a lot of things. I wish... I wish I had stayed.

[Walking out]

Clementine: Joely? What if you stayed this time?
Joel: I walked out the door. There's no memory left.
Clementine: Come back and make up a good-bye at least. Pretend we had one... Goodbye, Joel.
Joel: ...I love you...
Clementine: ...Meet me in Montauk...

Meet me... in Montauk

(Eternal Sunshine of the Spotless Mind)

"Já conheceu alguém de quem não se consegue esquecer?.."

All these things that I've done

"Underneath the ink of my tattoo
I've tried to hide my scars from you.."

«Paris is a mess.. I miss New York, take me home»

"sou alguém que procura o amor... amor do tipo ridiculo, inconveniente, ardente... daquele amor do género «não consigo viver sem ele»... e este não é esse tipo de amor.
a culpa é minha. eu não devia ter vindo aqui..."
(in Sex & the City)

10 outubro 2006

devaneios em frente á TV

ontem, noite de segunda feira à noite, no quarto, canal sintonizado na sic mulher.. a preparar-me pra ver dois episodios de Sex & the City.. (An american girl in Paris)
sempre gostei desta série, mas em particular destes ultimos episódios.
fizeram-me buscar uma folha e começar a escrever tudo o que me vinha á cabeça.
basicamente pra mim tudo se resume a isto: a uma tentativa de pertencer a um mundo de outro alguém com quem escolhemos viver e ver o nosso ficar inevitavelmente pra trás.
é o tentar seguir em frente.. mas ter receios, confrontarmonos com o passado e as inevitáveis comparações com o que se deixou.
é o querer viver o futuro.. mas constantemente olhar por cima do ombro para o caminho que ficou nas nossas costas.
o desconforto de nos habituarmos ao que entra na nossa vida de novo.
mesmo que seja algo bom.. nunca deixaremos de sentir um pouco como se fosse uma invasão..
um ganho, mas uma perda por um outro lado.. perde-se algo nosso.
ficamos então a tentar encontrar um equilibrio, o equilibrio entre o que damos de nós sem nos conseguir perder..
sem abdicarmos de nós mesmos, dos nossos pequenos hábitos, vicios, defeitos, qualidades, a nossa essência.
a pessoa com quem estivermos vai levar tudo de nós.. vai ver o nosso lado solar e o nosso lado lunar.. aquele que é o mais complicado de amar.
completarnos-à.. e nós a ela.
aprenderemos algo juntos, vivendo algo juntos, crescendo juntos.
descobrirmonos no outro alguém.. pra mim é isso o amor.
e por vezes é quando nos perdemos que nos encontramos.

09 outubro 2006

Numb

o que mais me custa no outono não é o vento que se começa a fazer sentir com mais intensidade e se cola a nós como uma segunda sombra..

ou frio que chega devagar e nos aflora a pele.. o anoitecer mais rápido dos dias..
o cair das folhas das àrvores que se amontoam pelo chão formando mantos debaixo dos nossos pés..
o que mais me custa é a tristeza que parece vestir a alma juntamente com os casacos mais quentes que se vestem.. o sobretudo de desconforto que sentimos.. um olhar nostálgico..
fica um vazio.. e as noites custam mais a passar.. e não devido ao facto do dia ter anoitecido mais cedo.

a ouvir Pet Shop Boys - Numb
e a revisitar Oasis - Sunday Morning Call

Read my mind

qual o tema mais comum que faz com que as pessoas se expressem quer através da escrita, música ou qualquer outra forma?
a resposta é rápida, óbvia e não muito surpreendente.. as pessoas escrevem sobre o amor esse sentimento complexo.. mas é sobre o que escrevem.. porque no fundo é a forma que têm de expressar algo que buscam.
existem diversas formas de o transmitir: ou põem uma letra de uma música especial ou escrevem mesmo um poema, ou vão colocando frases soltas.. simples palavras que lhes são familiares porque juntas formam algo que lhes traz um conforto ao olhar e no final poder dizer:"está ali tudo.. e no fim quase que só apenas «nós» o vemos".
esta imagem.. este texto.. diz tudo faz sentido, tem lógica..
é como quando numa relação existem aqueles pequenos gestos que passam despercebidos aos demais mas fazem sentido dentro daquele pequeno universo que se criou onde duas pessoas se entregam uma á outra.
um olhar.. uma festa nos cabelos.. um braço que nos envolve a cintura sem uma palavra sequer.. uma mão que se dá quando estamos na multidão a sentir-nos a vaguear dispersos entre mil pensamentos e caras que não nos dizem nada.. e nos puxa para solo firme..
um tique particular que ganha outras dimensões porque já o conhecemos tão bem ao ponto desse simples gesto se verbalizar..
palavras que adquirem novos significados.. novas palavras que se inventam..
o tempo que voa.. o coração que acelera.. a mente que se junta a outra.
tudo isto é a única razão de andármos aqui.. sim, é o amor e nada mais.
é o que nos faz correr. arriscar. errar. chorar.
descobrir que somos mais fortes do que pensavamos. ou mais fracos.
é o que nos faz fazer figuras de parvos. é o que nos põe o coração a bater a mil à hora. a descarga de adrenalina.
a urgência de pertencer a alguém, a algum sítio.. de fazer desse alguém a nossa casa, à qual voltamos ao fim de cada dia em busca do que é real, do que é nosso, do que é familiar, meigo.. onde podemos ser nós mesmos, sem máscaras.. sem reservas, sem conter as palavras, sem os meios termos, sem querer agradar alguém passando por algo mais do que somos.. ou fazendo nos de fortes, frios, contidos nem nada mais além do que é a nossa essencia apenas.
e amar acho que é isso tudo.. são estes pequenos nadas, de palavras que existem porque têm espaço para existir.
estar com alguém que nos aceita apesar dos nossos lados negros.. com quem nos conseguimos expôr, como corpos nús.. ver o que é belo, e admirar as imperfeições que nos cativam.

nota: texto escrito a horas tardias sob o efeito de lua cheia e estado de espirito ultimamente ligeiramente melancólico.
não sei se serve de atenuante.

02 outubro 2006

*

se eu pudesse fazer-te sair da multidão e puxar-te para mim..
de alguma forma conseguir fazer parar o tempo e fazê-lo retroceder...
mas não possuo tal poder... e como o lamento.
sei que agora carrego comigo muitas das palavras que gostaria de tas ter dito quando ainda havia tempo e espaço para isso... mas ficaram aqui dentro de mim e agora de que me valem?
mas compreendo que há silencios que significam tanto ou mais que quaisquer palavras que se possam dizer.
mas se há algo que sei é que houve muito de ti que ficou aqui guardado e nunca o irei esquecer... apesar de qualquer ausência.

há sitios que inevitavelmente serão sempre teus.
és único e o pior deles todos.
...como não poderia eu sentir a tua falta? *

para ti, porque pensei em ti... não só hoje.

as palavras que nunca me disseste são aquelas que hoje mais desejava ouvir...

ao som de Enigma - Sitting on the Moon (A posteriori)