espaço para devaneios, disparates, desvarios, desejos, insanidades momentaneas, estados de espirito, rascunhos, meras palavras que formam o esboço de qualquer coisa a que um dia decidi chamar blog.
16 janeiro 2012
13 janeiro 2012
hora da deita
passei por aqui para fechar a janela e arejar os tapetes. e lembrei-me de vos deixar uma guloseima.
assim não torna a vossa entrada aqui no estaminé tão em vão.. e deixo-vos contentinhos, já não vão de mãos a abanar. vá.. agora xixi e cama, que já são horas.
isto também fecha em breve por isso é de aproveitar.
boa noite.
assim não torna a vossa entrada aqui no estaminé tão em vão.. e deixo-vos contentinhos, já não vão de mãos a abanar. vá.. agora xixi e cama, que já são horas.
isto também fecha em breve por isso é de aproveitar.
boa noite.
12 janeiro 2012
"sobre a dor, aquele sentimento primário"
foto by Elena Kalis
Com menos de uma semana de vida, o médico afirmou categórico: “ela vai morrer”.
Eu estava com a boca azul, cabia na palma da mão e tinha uma infecção no ouvido.
Era Julho, era inverno, estava frio e meu corpo não estava resistindo. Nos dias que seguiram o fúnebre anúncio tomei 21 injeções espalhadas por todo o meu minúsculo corpo. Era isso, e ponto – disse o médico.
Tudo o que eu sabia era chorar. A existência, ao invés de ser um lugar doce e acolhedor, se revelou, para mim, salgado e húmido – e escorria pelo meu rosto o tempo todo.
Tudo o que eu sabia era chorar. A existência, ao invés de ser um lugar doce e acolhedor, se revelou, para mim, salgado e húmido – e escorria pelo meu rosto o tempo todo.
Obviamente, não me lembro. Mas, é certo de que doeu.
Talvez eu tenha experimentado a dor cedo demais, e por mais que não me lembre dela, ela estava lá, cravada em mim, em todos os sentidos. Na pele, na incapacidade de mamar no seio da minha mãe, na falha ao sorrir no colo do meu pai. Eu não tinha forças para nada. E eu nem sabia o que aquilo significava.
Mas, então, em dia incerto da minha segunda semana de vida fui dormir chorando, e acordei sorrindo.
Eu gostaria de lembrar a sensação do alívio. Gostaria de lembrar desse meu primeiro sorriso.
O médico, depois de agradecer a Deus, disse que eu só consegui sobreviver porque eu era muito forte.
E eu estava preparada para a vida. E se isto for verdade, eu espero sempre ter essa mesma força que me fez lutar por ela, todos os minutos daqueles infaustos dias.
Dizem que a experiência fica guardada no âmago de nossa consciência, independente se lembramos dela ou não. Como acontece com recém-nascidos, como nos acidentes, como nas mentes desavisadas que deixam a memória escorrer pelo tempo, para nunca mais voltar.
Detritos de sentimentos primários. Nada além, nem aquém.
Um dia ouvi que a dor pode definir muito mais uma pessoa do que qualquer outro sentimento. Eu nunca vou entender isso.
Já pensei que precisava entender o significado de um caminho para passar por ele.
Não poderia estar mais errada.
(Rejane Borges) in obvious
11 janeiro 2012
10 janeiro 2012
este não-futuro que a gente vive
«Será que nos resta muito depois disto tudo, destes dias assim, deste não-futuro que a gente vive? (...)
Bom, tudo seria mais fácil se eu tivesse um curso, um motorista a conduzir o meu carro, e usasse gravatas sempre. Às vezes uso, mas é diferente usar uma gravata no pescoço e usá-la na cabeça.
Tudo aconteceu a partir do momento em que eu perdi a noção dos valores. Todos os valores se me gastaram, mesmo à minha frente. O dinheiro gasta-se, o corpo gasta-se. A memória. (...)
Não me atrai ser banqueiro, ter dinheiro.
Há pessoas diferentes.
Atrai-me o outro lado da vida, o outro lado do mar, alguma coisa perfeita, um dia que tenha uma manhã com muito orvalho, restos de geada…
De resto, não tenho grandes projectos.
Acho que o planeta está perdido e que, provavelmente, a hipótese de António José Saraiva está certa: é melhor que isto se estrague mais um bocadinho, para ver se as pessoas têm mais tempo para olhar para os outros.»
Al Berto, in "Entrevista à revista Ler (1989)"
Bom, tudo seria mais fácil se eu tivesse um curso, um motorista a conduzir o meu carro, e usasse gravatas sempre. Às vezes uso, mas é diferente usar uma gravata no pescoço e usá-la na cabeça.
Tudo aconteceu a partir do momento em que eu perdi a noção dos valores. Todos os valores se me gastaram, mesmo à minha frente. O dinheiro gasta-se, o corpo gasta-se. A memória. (...)
Não me atrai ser banqueiro, ter dinheiro.
Há pessoas diferentes.
Atrai-me o outro lado da vida, o outro lado do mar, alguma coisa perfeita, um dia que tenha uma manhã com muito orvalho, restos de geada…
De resto, não tenho grandes projectos.
Acho que o planeta está perdido e que, provavelmente, a hipótese de António José Saraiva está certa: é melhor que isto se estrague mais um bocadinho, para ver se as pessoas têm mais tempo para olhar para os outros.»
Al Berto, in "Entrevista à revista Ler (1989)"
07 janeiro 2012
I'm naked
I'm numb
I'm stupid
I'm staying
and if Cupid's got a gun, then he's shootin'
lights black
heads bang
you're my drug
we live it
you're drunk, you need it
real love, I'll give it
you wasted your times
on my heart
you've burned
and if bridges gotta fall, then you'll fall, too
doors slam
lights black
you're gone
come back
stay gone
stay clean
I need you to need me
so we're bound to linger on
we drink the fatal drop
then love until we bleed
then fall apart in parts
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