28 março 2012



tudo às vezes é um desalento. mesmo que sorrias esse sorriso estilhaça-se com mais facilidade que uma jarra de cristal ou uma chávena de porcelana antiga que tenhas tido em casa desde sempre e te traga boas recordações, algo que querias preservar e ter contigo 'sempre' (o que quer que esse sempre signifique) mas que por descuido ou acidente deixaste cair até se espatifar no chão em bocados pequenos, pequenos.. pequeninos.

eu queria muitas coisas.. neste momento quero entender o que me levou até aqui. o porquê de ter perdido pelo caminho muitas das coisas que agora me faziam jeito ter por perto para me agarrar, para me agarrarem, para me escutarem. simplesmente para estarem comigo como eu já estive. mas isso são coisas que não se exige de ninguém. tal como não fomos forçados a fazê-las antes.
algo se quebrou em mim. espero que não irremediavelmente.
talvez seja apenas um período de mudança.. talvez se chame 'crescer'.
alguém me dizia que «um dia vais perceber que o que gostas dos outros não vai contar nada, um dia passado uns 10.. 20 anos, quando dás por ti percebes que não podias ter dado mais do que podias.. nem mais do que te dão. e não estou a falar em dinheiro..»
não posso mudar os outros. mas talvez possa começar a traçar-lhes um outro percurso na minha vida. uma outra importância.
assim a ausência já não custa tanto quando sabemos finalmente com o que contar.

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