07 abril 2006

Les Poupeés Russes












A busca de Xavier pela mulher perfeita fá-lo saltar de namorada em namorada, numa série de relações inconsequentes.

Daqui a alguns segundos vou ter uma sensação incrivel... algo de verdadeiramente fundamental... (Xavier)


Contos de Fadas dos tempos modernos

Xavier: «Feliz por ter encontrado o seu Principe, ela aceitou casar com ele. A boda durou uma semana e compareceram todos os habitantes do reino. Eles viveram muito tempo no seu lindo palácio e tiveram muitos filhos.»

Lucas: «A mamã não encontrou o Principe?»

Xavier: «Não sei... ela não te disse?»

Lucas: «Não...»

Xavier: «Então é porque não encontrou. Mas não faz mal... ela é linda, inteligente...»
Se ele soubesse como eu estivera apaixonado pela mãe dele..! A Martine não lhe deve ter dito. Como se explica isso..?

Martine: «Sai com sete gajos, enfim... sete principes. Vivi em vários castelos. O Xavier foi o quarto Principe que conheci. E agora... ando ao mesmo tempo com vários principes, hesito... a semana passada conheci um na discoteca, é como um enorme baile. Gosto muito dele. Ele não tem um grande castelo mas tem uma moto enorme! Havias de gostar. É complicado... mesmo que a gente se dê bem ainda é cedo para... para saber se haverá realmente um casamento, percebes? Além disso, há imensa gente do reino que diz que se fôr ele não vêm ao casamento...»

Lucas: «Não chores mamã...»


«Como querem que escreva histórias de amor? O que sei eu do Amor? Sou um egoísta, só penso em mim!» (Xavier)


O sonho pela «mulher perfeita»

Isabelle: «Sinto-me suja. Desculpa desiludir-te, mas a mulher que procuras não existe. Cresce!! Pensas arranjar uma princesa ou sei lá... a heroína de uma telenovela? Pára de sonhar... as princesas só existem nos contos de fadas. Aquilo ali foi uma palhaçada.»

Xavier: «Porque tenho de parar de sonhar?»


Relacionamentos...

Xavier: «Espera... não é uma boa ideia.»

Martine: «É só por hoje...»

Xavier: «Acredita que isto é um disparate.»

Martine: «Realmente és um careta!»

Xavier: «Não sou mas não me apetece, é uma questão de vontade. Adoro-te mas não me apetece dormir contigo. Tu também não, de resto... não percebo qual é a tua.»

Martine: «Sou uma chata.»

Xavier: «Não és nada...»

Martine: «Nunca arranjarei namorado. Não percebo, depois de ti não encontro ninguém que... não sei...»

Xavier: «Tens demasiadas expectativas... procuras um tipo ideal que não existe. Acreditas no Pai Natal! Já és crescidinha! Tens de parar de acreditar no Sr.Perfeição! Reage!»

Martine: «Posso dormir contigo hoje...?»

Xavier: «Se quiseres.»

Na manhã seguinte...
Martine: «Bom dia. Obrigado, ainda bem que fiquei contigo.»

Xavier: «Não podes ficar aqui, vem aí uma amiga...»

Martine: «É a tua namorada?... tens uma namorada?»

Xavier: «Tenho várias, não entendes?»

Martine: «Já me tinha esquecido desse teu feitio! Enerva-te sozinho! Eu vou-me embora!»

Kassia: «Quem é esta?»

Xavier: «Ninguém.»

Martine: «Não sou ninguém...? Eu não sou ninguém? Ouve: tu tens a tua vida e eu a minha e tudo bem. Mas tu para mim serás sempre alguém


O verdadeiro Amor

William: «Vou casar! Encontrei um verdadeiro amor. A mulher da minha vida!»
Xavier: «Sim??!»
William: «Mal a vi percebi logo... juro pela minha saúde... que a minha vida tinha mudado. Ela apareceu na minha vida como um anjo.»

Aí está. Uma história de amor é acima de tudo uma história. (Xavier)


A paixão

Wendy: «O que te levou a apaixonares-te por uma rapariga em especifico?»

Xavier: «Lembraste da Neus? A ideia fora dar um passeio, mostrar-lhe Paris. O tempo foi passando e senti que não queríamos separ-nos, desejávamos que o passeio não fosse uma simples passeata. Queríamos que se prolongasse indefinidamente. A dada altura, já não sei porquê, já não sei como, as nossas mãos tocaram-se... senti que a mão dela me dizia 'sim?..tens a certeza?' e minha respondeu-lhe' sim, claro, apetece-me e acho que também te apetece!' A mão dela deu um sinal mais claro... também lhe apetecia. É incrível como estes momentos ultra parvos perduram! Uma cena que dura no total 12 segundos e fica-te profundamente gravada para sempre. Normalmente nos filmes as histórias acabam aí. Ao contar uma história, o melhor é não desvendar o que se segue; mas o que se segue é mais interessante.»

Os clichés do amor

Xavier: «O que foi?»

Wendy: «Ias dizendo: 'Amo-te... sempre te amei'»

Xavier: «Nem sempre te amei e não o disse assim...»


«Encetar uma relação com uma rapariga é como partir em viagem. Quando viajamos com alguém percebemos logo se nos entendemos.» (Xavier)

Imperfeições

Wendy: «És o homem perfeito.»

Xavier: «Enganaste, olha que não sou. Não há pessoa mais desajustada da realidade do que eu.»

Wendy: «Foi o que acabei de dizer... és perfeito.»

Xavier: «Porque és tão porreira?»

Wendy: «Não sou porreira... tu é que és o melhor que me aconteceu em 26 anos.»

Xavier: «Não sei se serei como tu me imaginas.»

Wendy: «O que é que achas? Eu sei que não és perfeito! Tens toneladas de problemas, defeitos, imperfeições. Mas quem os não tem? Mas eu prefiro os teus problemas. Estou apaixonada pela tua imperfeição. Acho-as formidáveis. Eu sei que a maioria das raparigas se passa com a beleza... só vêm isso, só querem isso... eu não sou assim. Não me limito a ver o que é belo, seduzem-me os outros aspectos. Adoro aquilo que não é perfeito... é assim que eu sou.»

«Qualquer tipo normal teria corrido atrás dela depois de ouvir aquilo. Eu não me mexi. Ou melhor, o comboio é que se mexeu. E eu deixei-me ir...» (Xavier)


Fascinação

«Achei-a tão bela! Pensei para comigo: que rapariga de sonho!! é tão bela que quase não existe! Deve ser incrível passar a vida com uma mulher tão bela!» (Xavier olhando para Celia)

«A Celia equivale à rua das proporções ideais. A vida na terra é curta e de inicio queremos viver nessa rua. Teria adorado passar horas a olhar para uma míuda assim. Olhá-la simplesmente, vê-la viver, andar, sentir-me embalado pelo balançar da sua saia, inebriado pelo roçar do tecido no seu corpo... seria capaz de passar a vida a olhar para ela... mas será possível viver assim..?
Senti-me impelido a fazer o que todos me aconselhavam: parar de sonhar e regressar á vida real.» (Xavier)

Dúvidas

Wendy: «Desculpa não te ter ligado, mas não te quero ver mais.»

Xavier: «Mas Wendy, tu disséste...»

Wendy: «Sim, mas tu foste lá e deixáste-me... como posso confiar em ti? Pensarás sempre que podes arranjar melhor, como a Celia em Moscovo, em Dublin, no Ghana... talvez outra aguente isso, eu não aguento. Deixa-me em paz.»



Xavier: «Mas que cena é esta do amor? Como nos deixamos envolver? Já viste o tempo que se perde? Se estamos sós, é: 'Arranjarei alguém?' e quando temos alguém é: 'Será esta? Amo-a mesmo? Ama-me tanto como eu?'
Podemos amar várias pessoas? Porque nos separamos? Resolvemos as coisas quando vemos que estão mal?
Passamos o tempo a pensar nestas parvoíces! E não podemos alegar ignorância, estamos mais do que preparados! Lemos contos de amor, romances... vemos filmes de amor! Amor, amor!!!...»


Recordei todas as raparigas com quem dormi ou simplesmente desejei. Vejo-as como bonequinhas russas. Vamos brincando com elas, na ânsia de ver a última, a mais pequenina, a que se esconde dentro das outras. Não podemos ir logo buscá-la... primeiro temos de abrir as outras. Temos de as ir abrindo e estar sempre a perguntar: 'Será esta a última?' (Xavier)


Comecei a escrever este post há uns dias mas só hoje aqui o coloco.
O tema é tão somente alguns excertos de um filme que vi há uns dias e bateu fundo.. uma história simples pode fazer-nos pensar em questões profundas.. podemos reviver sentimentos e colocar-nos questões.
A única sugestão a quem possa visitar o blog e ler este texto é: vejam o filme, porque vale a pena.
Um obrigado ao Taliesin que me recomendou ver este filme à uns tempos e só agora se concretizou. :)

3 comentários:

Taliesin disse...

Depois de algum tempo de inactividade em posts, surgiu um que vale por mil…é magnifico saber que os nossos conselhos são escutados por alguém…também não me esqueço da celebre frase que pairou entre blogs devido a uma sugestão cinematográfica da menina Sophya… “Meet me in Montauk”, um filme que também bate fundo ;-)
Sem dúvida que os amigos não servem apenas para nos darem a “palmadinha” nas costas, hoje em dia, diante dos nossos olhos existe tanta coisa, que é praticamente impossível dar-mos atenção à totalidade da musica, cinema e outros assuntos interessantes que existem. Como referi anteriormente são também os amigos que de vez em quando ao darem certos conselhos nos abrem os olhos a muita coisa interessante que anda perdida…e quando existem pessoas que têm um gosto muito idêntico principalmente a nível musical e cinematográfico, então muitas vezes estas recomendações, são como a peça que simplesmente vai servir na perfeição no puzzle incompleto da nossa mente…
De facto este filme bate mesmo no fundo da nossa mente, o efeito deste filme é reflectir-mos sobre as relações (amizade e amorosas). Nesta película existem momentos inesquecíveis, a despedida de Wendy e Xavier na estação de comboios de São Petersburgo… os brilhantes pensamentos (Célia e “As Bonecas Russas”) de Xavier ao longo do filme, que termina com um excelente pensamento sobre a procura da mulher ideal (bem, também serve para o homem ideal), aliás quando coloquei o post sobre este filme, consegui resistir, ao não escrever o pensamento de Xavier, porque podia alguma pessoa querer ver o filme e assim perdia a chalaça do titulo ; -)***…junto a minha voz juntamente com a Sophya para dizer bem alto…NÃO PERCAM ESTE FILME! CADA MINUTO DO NOSSO PRECIOSO TEMPO QUE FOR GASTO A VER ESTA PELICULA, SÃO SEGUNDOS DELICIOSOS QUE POSTERIORMENTE NOS IRAM FAZER PENSAR SOBRE O AMOR.

NRF disse...

dp deste comment...reduzo-me à minha insignificância....

NRF disse...

Ler, ouvir, ver e afins: Sylvia Plath, Albert Camus (Esse grande senhor), Jean Paul Sartre, Francis Bacon, Picasso, Vicent Van Gogh, E.E.Cummings, George Orwell... etc e afins... pronto os melhores sao os q se suicidaram...ou não