15 maio 2007

diz-me outra vez como te chamas

Eu, sabendo que te amo e como as coisas do amor são difíceis, preparo em silêncio a mesa do jogo,
estendo as peças sobre o tabuleiro,
disponho os lugares necessários para que tudo comece: as cadeiras uma em frente à outra,
embora saiba que as mãos não se podem tocar,
e que além das dificuldades,
hesitações,
recuos ou avanços possíveis...
só os olhos transportam, talvez, uma hipótese de entendimento.

É então que chegas,
e como se um vento do norte entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde o fogo consome o que resta do nosso quebra-cabeças.

( Nuno Júdice )

1 comentário:

Anónimo disse...

andas muito muito cor de rosa, roxo e essas cores...

dover*