04 junho 2008

está na Mesa

o tempo que passou mudou quase tudo; por isso, não me acomodei
e aproveitei, quis fazer algo que me fosse útil.
nada foi fácil. nada disso foi exactamente assim.
o que é a verdade senão uma fábula do vencedor.
o espanto no teu rosto indica que fui a causa da humilhação.
o júri já se pronunciou. do canto da sala aponta para mim.

sozinha e tu estás tão longe.
para lá dos campos de ouro impressos nos postais, nos teus postais.
não dizes nada... partiste a tanto tempo que é difícil fazer viver o teu rosto.
ele tem têndencia a desaparecer, desvanecer...
corro as ruas onde nunca, nunca se dorme
e a noite alberga uma tão grande fome de vidas alteradas, mas não alertadas
e onde encontramos quem não ousaríamos supor.

nada disto foi romanceado, nada disso foi equacionado.
foi apenas, aconteceu um amor simples e plebeu.
não foi pensado, imaginado.

2 comentários:

Mokas disse...

...isto dava uma boa Curta

Vera Isabel disse...

eh pah, eh pah. belas letras.