espaço para devaneios, disparates, desvarios, desejos, insanidades momentaneas, estados de espirito, rascunhos, meras palavras que formam o esboço de qualquer coisa a que um dia decidi chamar blog.
22 dezembro 2009
17 dezembro 2009
la bohème II
não sei bem, sei que os dias eram curtos, anoitecia cedo e eu adorava porque era nessa altura que saias à rua para "brincar".
e brincávamos.. e ríamos.. e conversávamos.. saíamos por aí a tropeçar no andar um do outro e fazíamos uma coisa estranhissima que era olhar muito um para o outro, sem dizer nada.
e isso era algo que eu podia classificar como perfeito.
o corpo um do outro era um enigma que tinhamos a urgente tarefa de decifrar.. até ao acordar na manhã seguinte..
e era bom.
era perfeito.
(ninguém tem de saber se estou a falar a sério ou se estou num devaneio.)
15 dezembro 2009
dark and metalic
Scout Niblett and Bonnie "Prince" Billy - "Kiss"
deixa-me pelo menos fechar os olhos e esquecer..
lembrar-te agora só me vai tornar tudo ainda mais dificil..
e a noite vai continuar fria.
la bohème
as ruas estavam frias.. as pessoas caminhavam aceleradas rumo às suas casas depois de mais um dia..
já disse que estava frio?
o frio fazía nos andar mais próximos.
a tua mão tropeçou na minha e deixou-se ficar aí.
agarrei o teu casaco.. era àspero.. cheirava levemente a cigarro e ao teu perfume.
encostei o meu nariz ao teu pescoço.. estava quente.. inspirei fundo e quase desejei poder ficar ali, interminavelmente.
caminhávamos no sentido contrário das pessoas apressadas..
e dentro de nós, pelo menos naquele momento, não existia qualquer pressa.
11 dezembro 2009
10 dezembro 2009
partir
quando algo se parte a verdade é que ficamos com mais do que antes tinhamos..
mas nem por isso em melhor estado.
FODA-SE.
09 dezembro 2009
acho que sim
e depois perguntaste-me se estava tudo bem.
eu olhei para ti, dei-te a mão e respondi o melhor que podia.. "acho que sim."
06 dezembro 2009
24 novembro 2009
em parte incerta
You're never gonna put me down, I know you're just one good man
You're never gonna put me down
I've been running all my life, I ran away from good
I’ve been waiting all my life
You're not a day, you’re not day too soon
I will stitch you... I will fit you in my heart
Honey I will meet you
Darling I will keep you in my heart
And when we reach a good place let's be sure to leave no trace
Promise they won't track us down.
23 novembro 2009
fridge
mas o silêncio custa.
tudo junto custa.
o não saber custa.
custa saber que um dia aquela pessoa já sorriu de verdade, e não fez um esgar qualquer ou um sorriso fortuito.
que talvez tenha sido mais feliz do que o é agora..
que houve de facto um sorriso e esse foi para alguém que não eu.. porque eu cheguei demasiado tarde.
e quando cheguei ele já não era o mesmo.
EP
In deepest hollow of our minds
A system failure left behind
And their necks crane
As they turn to pray for rain
And their necks crane
Dull residue of what once was
A shattered cloud of swirling doves
And their eyes change
As they learn to see through flames
And their necks crane
As they turn to pray for rain
And their eyes change
As they learn to see through flames
And their necks crane
As they turn to pray for rain
Drops on rocks fall fast and fleeting
Hearts and wings commence to beating
Woods unseen with all believing
Vision walls fall all receding
Drops on rocks come fast and fleeting
Rhythm laws unleash their meaning
Usher us into the dreaming
Vision walls fall all receding
22 novembro 2009
não desistir
esta música é do baú.. é daquelas que se tem num vinil já esquecido e empoeirado, um dia damos com ele e pensamos: "ora esta ainda toca!"
já é das antigas, daquelas que não andam comigo no ipod mas que tem calhado ouvir ultimamente por meros "acasos": dou com ela num zapping, na rádio.. e por isso fui ao youtube rever o video e hoje sinto que se encaixa não num lugar do meu ipod mas um pouco no meu sentir.
faz-me falta arrumar as ideias.. faz-me falta a clareza que seria preciso agora para me entender, mas entretanto a música sabe sempre falar por mim..
às vezes até bem melhor que eu.
...
Rest your head.. you worry too much
It's going to be alright
Dont give up
cause I believe there's a place..
There's a place where we belong
* sempre gostei de no final eles continuarem abraçados, mesmo quando a musica termina lentamente e já não existe muito mais para dizer. eles continuam a falar.
17 novembro 2009
16 novembro 2009
nothing at all
Threw you the obvious and you flew with it on your back,
A name in your recollection down among the millions there
Difficult not to feel a little bit disappointed and passed over
But I look right through see you naked but oblivious...
But you don't see me
But I threw you the obvious just to see if there was more behind
The eyes of a fallen angel... eyes of a tragedy
postagens e paragens
é que ainda bem.
a avaliar pelo numero de postagens verifico que de facto isto tem andado a mexer pouco.
não tem havido inspiração para mais, lamento.
melhores dias virão certamente!
08 novembro 2009
bilhetes
05 novembro 2009
fur
Fur - an imaginary portrait of Diane Arbus
Lionel Sweeney: It's getting harder and harder for me to breathe... deeply. In a matter of months, I'll drown without even swimming, because there'll be nothing left... of my lungs.
Diane Arbus: You're not dying.
Lionel Sweeney: Yes, I am.
Diane Arbus: No, you're not.
Diane Arbus: Why did you want me to shave you? Why?
Lionel Sweeney: So I could swim out further.
Diane Arbus: Swim out? What are you saying?
Lionel Sweeney: That I want you with me.
Diane Arbus: What? What are you talking about? You want me to watch you die?
Lionel Sweeney: I want you with me, that's all.
Diane Arbus: But is this what you did? Made me fall in love with you to watch you...
Lionel Sweeney: I don't see it that way at all. I love you.
03 novembro 2009
as primeiras chuvas
de quando tinha de se pôr em bicos de pés para chegar às prateleiras mais altas..
de quando esticava os braços para alcançar o chocolate e ia a correr comê-lo para o quarto da avó, com a cabeça encostada ao vidro, a ver a chuva cair lá fora.
esborrachava o chocolate na mão enquanto esperava ouvir a voz da mãe a apressá-la para o mundo lá fora: "despacha-te, tenho de te levar à escola antes que volte a chover.. vai calçar as galochas e pentear esse cabelo".
a casa cheirava sempre a torradas e ela não queria ir para a escola.
preferia ficar ali a comer chocolates e a ouvir as histórias que a avó inventava. deitava a cabeça no colo dela e deixava-se ir por cada palavra que ela lhe contava.. e sabia-lhe bem.
mas agora está já de mão dada com a mãe e descem a rua rumo à escola.
ela vai olhando para o chão.. as galochas encharcadas.. a barra da saia já molhada e uns pingos que lhe caem pela franja rumo ao nariz.
"mais logo a mãe passa aqui a buscar-te.. vá, da-me um beijo e entra.."
seguiu para dentro da escola.
pelo caminho outros meninos passam, também eles com a roupa molhada da chuva..
ela deixa-se ficar com a cabeça encostada ao vidro da entrada, a esborrachar o chocolate na mão ainda pequena, e a ver a chuva a descer a rua.
02 novembro 2009
...
Ryan Adams - Come pick me up
you know you could
I wish you would
come pick me up
take me out
fuck me up
steal my records
I wish you would
I wish you’d make up my bed
so I could make up my mind
try it for sleeping instead
maybe you’ll rest sometime
I wish I could
20 outubro 2009
no bairro do amor
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de cor
Por gente que sofreu por não ter ninguém
O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há prisões nem hospitais
No bairro do amor cada um tem de tratar
Das suas nódoas negras sentimentais
Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem
Jorge Palma
19 outubro 2009
o libertino
Allow me to be frank at the commencement.
You will not like me.
The gentlemen will be envious and the ladies will be repelled.
You will not like me now, and you like me a good deal less as we go on.
Ladies...an announcement. I am up for it. All the time.
That is not a boast or an opinion it is bone-hard medical fact. I put it round you know. And you will watch me putting it round and sigh for it. Don't. It is a deal of trouble for you, and you are better off watching and drawing your conclusions from a distance than you would be if I got my tarse up your petticoats.
Gentlemen, do not despair. I am up for that as well, and the same warning applies. Still your cheesy erections until I have had my say but later when you shag - and later you will shag, I shall expect it of you, and I will know if you have let me down. I wish you to shag with my homuncular image rattling in your gonads. Feel how it was for me, how it is for me. And ponder...was that shudder the same shudder he sensed?
Did he know something more profound? Or is there some wall of wretchedness that we all batter with our heads at that shining live-long moment. That is it. That is my prologue. Nothing in rhyme. No protestations of modesty - you were not expecting that I hope! I am John Wilmot. Second Earl of Rochester. And I do not want you to like me."
o fim..
how do you like me.. now..?
16 outubro 2009
vermelho sangue
sem abrir os olhos levou-o à boca e bebeu-o de um trago.
é o saber exactamente onde estão as coisas que lhe dá agora uma (falsa) sensação de segurança.
depois continuou deitada na cama com o copo na mão e uma sensação de vazio.
com a outra mão passou-a ao longo do colchão, alisando o lençol.. fez este gesto umas quantas vezes até se cansar e aceitar a ideia de que tinha de se levantar.
não estava mais ninguém em casa.. assim parecia.
por instantes a ideia agradou-lhe, mas depois a solidão começou a invadi-la e já não a entusiasmava não sentir a presença de outro alguém.
mas tentou fazer de conta que isso não a incomodava mais do que gostaria.
dizem que é tudo uma questão de hábito não é? -- falou olhando para o gato preto que se enroscava aos seu pés.
deu meia volta pela casa.. o estalar das escadas de madeira fizeram-na rodar a cabeça naquela na direcção e ficar à espera.. não tardou muito até escutar umas pancadas fortes na porta.
foi-se aproximando e.. do outro lado da porta estava..
num gesto levou as mãos á boca e permaneceu estática á espera que tudo terminasse.
a hemorragia ainda não estancara pelos vistos.
tanto tempo de enganos para agora dar nisto.. o pensamento foi quebrado pela sensação de calor que a invadia.. parecia brotar directamente do peito.
num impulso leva a mão ao peito e quando a vê está completamente vermelha..
estranhamente deixa-se ficar a olhar para ela.. vermelho vivo.. quente.. e continua a sair.. escorria já até ao chão.
não entendia o que se passava.. não conseguia pensar.
deixa-se deslizar pela porta e senta-se no chão ainda a olhar para..
ao longe ouve o gato miar aflitivamente.
parece-lhe que o som está cada vez mais longe.. mais longe..
do outro lado da porta ouve uma voz conhecida. o simples tom é o suficiente para fazer abrir mil gavetas dos baus que julgava já estarem mais que trancados e atirados para o mais fundo de si.
deita-se no chão.. sente duas lágrimas gordas deslizarem pela cara.. deslizam quentes pelo rosto.. uma sensação de calor que a invade para logo depois dar lugar a um frio que lhe chega em arrepios, como ondas.
fecha os olhos..
deixa-se ir.
quando os abre está de novo deitada na cama.
levanta-se bruscamente e num gesto rápido afasta a camisola e leva a mão ao peito.
nada.. está tudo normal.. apenas o coração bate mais acelerado, mas logo depois a certeza que está tudo bem.
passa as mãos pelos cabelos, despenteia a franja e volta a deitar-se sem fechar os olhos..
sorri.. e depois ri-se.
ri-se alto.. o som do riso ecoa pelas paredes do quarto como que a dizer o quão tola fora.
foi apenas um sonho, bolas.. foi apenas um sonho.. -- repete enquanto esfrega as pernas nos lençóis.
o som de uma pancada surda na porta obriga-a a levantar..
vai descalça até á porta.
pelo caminho quase que tropeça no gato que estava deitado na madeira do chão a apanhar já a luz do dia..
bolas misty, que susto!! mas que raio de mania a tua!! -- refila..
encosta-se á porta e espreita a ver quem é.
o coração começa de novo a bater-lhe disparado no peito, mas desta vez sabe que não é apenas momentaneamente.. aliás, tem a certeza que tão depressa não parará.
abre a porta. sei que estás aí.. já ouvi a tua voz. não vais andar a adiar mais isto pois não?
passa as duas mãos na cara e deixa-as descer pelo peito arrastando consigo aquela mancha.
quente de novo.. vermelho.. vivo.
começara tudo de novo.
desta vez não era um sonho.
a confusão.. a confusão..
a ultima coisa que se lembra foi de ir começando a cair.. cair até estar já no chão.
antes de fechar os olhos podia garantir que a porta se abria devagar.
Ben Harper - Please Bleed
15 outubro 2009
o amolador é um lugar estranho
Poucas são as vezes que se vê o amolador nas ruas, empurrando a sua pequena oficina ambulante, deixando atrás de si a característica melodia com que se faz anunciar.
O serviço consiste em afiar faca, tesoura, navalha, canivete, serra, e consertos vários. Os fregueses habituais são donas de casa, barbearia, talhos e restaurantes.
De bicicleta ou de motorizada (antes um carrinho com uma roda de uma carroça) no assento de trás transporta uma pequena caixa de madeira com um alicate e um martelo, entre outras ferramentas, e uma roda de esmeril para afiar as tesouras.
Presas na bicicleta, leva também velhas varetas de chapéus-de-chuva que as pessoas lhe vão dando. São utilizadas para arranjar outros chapéus-de-chuva.
O amolador trás uma gaita de 6 ou 8 vozes, dantes eram de madeira mas agora são de plástico. Não precisa de apregoar para avisar as pessoas de que vai passar pois “basta a cantilena” para o identificar.
mistério esclarecido! :)
30 minutos para contar carneiros
Nick Cave - Into my arms
pudesse eu adormecer ao som de uma musica em loop e hoje escolhia esta de certeza.
*suspiro*
estou com saudades de sentir frio de noite e desejar pôr mais uma colcha ou edredon na cama.. e acabar por não o fazer por preguiça de me levantar e acabar por adormecer toda enrolada.
não sei, sabia-me bem um aconchego extra que só essas malvadas peças de tecido proporcionam!!!
eu ainda sou do tempo em que havia uma coisa muito bonita chamada: estações do ano.
e em que o outono era mesmo outono.. com dias a escurecerem mais cedo, o frio a chegar, os assadores de castanhas, o ir buscar a roupa mais quente para usar, ver chegar os primeiros deias de chuva (bem, deste não tenho assim grandes saudades, mas ok, também fazem parte).
o amolador de facas passou na semana passada aqui pela rua.
dei conta porque ouvi o som da harmónica que ele toca para chamar as pessoas (aqui esta parte é que já me escapa) e fiquei a vê-lo a descer a rua.. figura misteriosa aquela..
já desde pequena que ele aparece de vez em quando e quando o faz, normalmente é sinal de chuva.
se não chove então no dia a seguir é limpinho.
confirma-se sempre.
é o homem que anuncia e traz a chuva.
a cena das facas é só para despistar.
09 outubro 2009
bad mojo
mas dentro de todas as coisas há aquelas que já entendi, e não sei se vale a pena continuar simplesmente a fazer de conta que ainda não as sei.
estico o braço e apago a luz.
06 outubro 2009
o outono..
caminhando, caminhando, caminhando ao lado meu
uma saudade, uma vontade, tao doída, de uma vida,
vida que morreu
estrada passarada, noite clara,
meu caminho é tao sozinho, tao sozinho, a percorrer
que mesmo andando para a frente,
olhando a lua tristemente
quanto mais ando, mais estou perto de você
se em vez de noite fosse dia, e o sol brilhasse e a poesia
em vez de triste fosse alegre de partir
se em vez de eu ver só minha sombra, nessa estrada
eu visse ao longo dessa estrada, uma outra sombra a me seguir
mas a verdade é que a cidade ficou longe
ficou longe na cidade, se deixou meu bem-querer..
eu vou sozinho sem carinho,
vou caminhando meu caminho
vou caminhando com vontade de morrer"
se o outono tivesse um cheiro seria certamente o que se sente quando passamos pelos vendedores de castanhas e aquele fumo se entranha na nossa roupa quando se regressa a casa, já com menos luz e mais roupa..
se fosse uma música seria esta.
hoje para mim pelo menos é.
05 outubro 2009
chovia lá fora e dei com esta música. e tudo me pareceu fazer sentido..
Neil Young - Old Man
Old man look at my life, I'm a lot like you were.
Old man look at my life, twenty four and there's so much more
Live alone in a paradise that makes me think of two.
Love lost, such a cost...
Give me things that don't get lost.
Like a coin that won't get tossed
Rolling home to you.
Old man take a look at my life, I'm a lot like you
I need someone to love me the whole day through
One look in my eyes and you can tell that's true.
Lullabies, look in your eyes, run around the same old town.
Doesn't mean that much to me to mean that much to you.
I've been first and last, look at how the time goes past.
But I'm all alone at last.
Rolling home to you.
30 setembro 2009
#24 doença.crónica
os degraus rangiam à nossa passagem.. ouvia-se o barulho das televisões e algumas vozes, o pingar da água dos canos.
ela deu um leve suspiro e subiu mais três degraus
não andarás tu também a querer distrair-me para ver se eu me esqueço.. como eles dizem?
talvez ela tivesse razão. mas não era bem para esquecer, como ela dizia.. era mais para a distrair. ela não esquece porque ninguém esquece assim de um momento para o outro.
mas confesso que não fui capaz de lhe explicar.
ao invés disso disse-lhe para não ser parva, que se lhe tinha dito para vir comigo era porque achava mais divertido do que ter de fazê-lo sozinho.
ela parecia não prestar atenção, ocupada que estava a contar os lances de escada que ainda faltavam.
estávamos precisamente no 3º andar quando me lembrei que não lhe deveria ter dito aquilo.. e quando estávamos já no 4º pensei que talvez não tivesse feito diferença. quando decidi deixar de pensar no assunto estávamos já no 5º andar e a tocar à campainha da porta.
do outro lado um sonolento arrastar de chinelos.
a porta abre-se e surge uma mulher dentro de uma bata às flores, flores que em tempos teriam sido esverdeadas, agora já nada mais são do manchas, manchas dentro de outras manchas.. e de dentro da bata olha-nos com testa franzida.
deixa-nos entrar para uma sala enorme, quase sem móveis, apenas no meio se destaca um enorme aquário.
sentámonos em silêncio.
não sei quanto tempo teria passado quando ela cortou o ar ao dizer:
- todas as coisas têm um coração.. isto era o que eu pensava quando era pequena. e por isso tocava os objectos todos para lhes sentir a pulsação.
bastava a ponta dos meus dedos sobre a mesa, e logo a mesa me respondia, batendo pausadamente ao ritmo do meu. esse fenómeno parecia-me perfeito! -- e no final da frase esboça um sorriso de nostalgia.
quando acordava era como se todas as coisas acordassem comigo.
eu tinha então uma ideia bem estranha do que era o coração e a vida.
todas estas coisas me parecem muito complicadas agora que já sei que não era o coração das coisas que ouvia mas sim apenas o meu.
turn around
«a quem, a quem hei-de-me dar; eu que já soube o que dava e agora não sei mais nada? a quem hei-de dar a verdade que guardo tão mal, tal é o mal que ele me faz: dar-me vida e nada mais.»
escrevemos coisas parvas, perguntas já previamente concebidas para obter respostas rápidas.
#23 doença.crónica
Je pense à toi, à ta bouche, à ta peau, ton sourire,
Tes yeux qui ont fait chavirer mon cœur...
Je pense à toi tout le temps...
Je suis à toi.
reabro os olhos..
a luz do dia entra pelas frestas da janela distruibuindo uma luz fraca pelo quarto.
espreguiço-me e estico as pernas para fora dos lençóis.
abro e fecho os olhos várias vezes até conseguir perceber onde estou.
pelos vistos tinha adormecido.. não me lembro como.
ele está deitado ao meu lado e o braço direito dele quase que toca no meu.
ainda está a dormir.. tem uma expressão de serenidade no rosto.
baixo a cabeça novamente na almofada e fico um pouco a observa-lo.
ele mexe-se sem abrir os olhos, vira-se na cama e põe um dos braços em cima da minha barriga.. isso provoca-me instantaneamente uma sensação de aperto à qual não quero dar nome.
ele continua a dormir, como se a presença de outro corpo na cama lhe fosse familiar..
fecho os olhos e tento adormecer.
26 setembro 2009
pastilhas elásticas
Air - Playground Love
eu gosto de pastilhas elásticas que cantam..
e que depois se encontram debaixo das mesas.
25 setembro 2009
conduct a sing-along
Arctic Monkeys - Secret Door
She swam out of tonight's phantasm
Grabbed my hand and made it very clear
There's absolutely nothing for us here
The secret door swings behind us
She's saying nothing
She's just giggling along
And even if they were to find us
I wouldn't notice, I'm completely occupied
At all the fools on parade
Cavort and carry on for waiting eyes
That you would rather be beside than in front of
But she's never been the kind
To be hollowed by the stares
Fools on parade
Frolic and fuck about to make her gaze
Turn to a scribble on a page by a picture
That holds her options
But you're daft to think she'd care
23 setembro 2009
humbug
e não consegui mudar de canal.
deixei-me estar ali.
não é sempre que se dá com música como deve ser numa MTV.
confesso.. o que eu gostava de ter sido eu a tirar esta fotografia.
há aqui milhentos detalhes que me fazem gostar dela.
talvez por ser despretensiosa, e conseguir captar a essência do grupo.. cada um com um gesto, uma posição que não parece ensaiada.. consegue intrigar quem a observa, deixando na dose certa a margem para nos pôr a questionar o que se passa.
e é esta a capa do novo albúm destes putos.. estes putos estão de volta e de momento a voz do Alex Turner, cada vez mais adulta.. àspera, e as melodias resultantes do som dos meninos, está a dar-me a volta ao juízo.
tem sido um bálsamo para a minha alma!
será que ainda demoram muito a voltar?
ai Alex Turner, Alex Turner.. tu tão puto e eu com estes pensamentos indecorosos a teu respeito!!
mas também.. quem te manda teres essa voz?? :D
aqui fica a minha preferida: Pretty Visitors.
22 setembro 2009
-
21 setembro 2009
procurar
v t procurar [prɔku'rar]
andar em busca de algo
procurar um número de telefone
procurar + infinitivo
tentar
procurar fazer algo
procurar descansar
(parece-me que vai ser tudo menos a ultima opção) :\
20 setembro 2009
surrender
i lie awake
i’ve gone to ground
i’m watching porn
in my hotel dressing gown
now I dream of you
but I still believe
there’s only enough for one in this
lonely hotel suite
Zero 7 - Destiny
*
18 setembro 2009
09h05
e eu também já pensei e repensei no assunto e não cheguei a conclusão alguma.
tem cheiro, sabor, é pálpavel quando o associamos a alguém.
mas não se trata apenas de uma questão de pele..
sim, há essa busca, mas deixar apenas as coisas seguirem por aí rapidamente deixa lugar a um vazio de algo que não se alimenta.. e tudo esmorece.
julgo que ao longo da minha vida nunca amei grandemente, ou (me) dei oportunidades para que isso acontecesse. talvez por medo..
talvez.
gostar de alguém requer uma grande dose de coragem e de entrega que talvez eu nunca estivesse grandemente disposta a dar.. ou então essa vontade nunca tenha sido despertada.. ou simplesmente não tenha sentido essa necessidade.
até que nos atinge.
o som que mais gosto de ouvir é quando nos rimos.. em qualquer situação.
e é o som que mais me lembro quando não estamos juntos.
sei que as palavras têm a sua validade e que até os sentimentos hoje em dia correm o risco de se perder e mudar.. mas o que mais me importa é poder continuar a ouvir o nosso riso.
e isso para mim significará o que é o amor.
(estava ontem a ler o manual da diana á espera que chegasse o sono e deu-me vontade de escrever..
rabisquei uma folha folha A4 enquanto te imaginava a adormecer no outro lado da cidade.. até ás 09h05)
17 setembro 2009
rua abaixo
não é bem "farta" o termo que quero aplicar.. é assim qualquer coisa entre ter uma enorme vontade de não sair.. é isso.
para ajudar acordei com uma dor de cabeça que teima em não passar e uma preguiça imensa de levantar o rabo da cama.
vou mexer-me ao ritmo de um caracol e passar mais umas horinhas à espera que o meu número da senha apareça no ecran da sala e eu seja (finalmente) antendida!
re-edit: a minha senha era a 58, só assim para que conste. à minha frente tinha 15 pessoas (ou deveria dizer senhas?).
a seca foi a do costume, comigo a escorregar pelo sofá da sala de espera.. porque não tinha tomado o café da praxe.
já reparei que a melhor manha para se ser prontamente atendido num centro de emprego é levar uma criancinha de colo. para a próxima arrebanho uma na rua e lá vou eu.. é chegar e andar!! -- como dizem os antigos!
e sim, levei a máquina comigo e regressei para casa a fazer o que mais gostei: clic clic clic..
14 setembro 2009
so long.. farewell.. auf wiedersen..goodbye
mas lembrei-me agora dessa parte da musica porque muitas das vezes a minha mente só pensa em musica.. e por outro lado a frase em si adequa-se perfeitamente á situação em questão.
sexta-feira passada foi o meu ultimo dia de trabalho lá nº 8.
até aqui sem grande novidade..
eu já o sabia e já fizera mentalmente a esquematização de todo um plano de despedidas em que não deixaria de forma alguma a emoção dar sinais de vida -- tarefa dificil, mas na minha cabeça nada impossivel de concretizer.
assim foi. o dia decorreu sem grandes percalços.. toca a deixar tudo despachado e perto das 18h lá fui fazer a ronda.
eu detesto despedidas. soam-me sempre a algo extremamente formal.. e em algumas situações um bocado desconfortáveis.
neste caso seria complicado deixar de ver certos colegas.. outros não poderia haver tarefa mais fácil.
mas há sempre um nó na garganta e cruzares de olhos que nos dizem que também vai ser complicado para o outro lado, apesar de eu saber que ninguém é insubstituivel.
aprendi muita coisa.. e no geral valeu a pena.
agora aguardam-se tempos em que tento esperar pelo melhor.
11 setembro 2009
12
12 fotos.
desta vez a cores.
pareceu-me melhor captar um verão a cores..
e também não tinha ainda experimentado fotografar nada a cores com ela.
lá andámos as duas.. algumas vezes os três.. e o que se viu gravou-se ali.
ontem à saída do trabalho passei na loja para levantar o resultado.
eu ligo-te quando vir como ficaram -- disse-te.
depois de alguns minutos surge um senhor com um envelope A3 na mão.
remexo os pés e apetece-me tirar-lho e ver..
ele abre o envelope, espreita e ri-se..
eu do outro lado do balcão, ainda sem ter visto nada.
ah é uma lomo -- diz ele -- estava a estranhar um envelope tão grande.
desta vez o envelope está já nas minhas mãozinhas curiosas.
espero que tenham ficado todas!! -- penso enquanto o abro.
espreito e rio-me.
cá estão. vou ver melhor em casa.
marco o numero.
estou?.. humm, já o tenho!!!
09 setembro 2009
eu - tu
Latitude : 38° 42' norte
Longitude : 9° 05' ocidental
Funchal (Portugal)
Latitude : 32° 38' norte
Longitude : 16° 54' ocidental
Distância : 975 Qm
Azimute : 228 Graus
07 setembro 2009
não, não.. ok, de facto aconteceu!
equilibrei-me razoavelmente bem cima do raio dos saltos altos
pus-me na molhada para o bouquet (referir desde já que fui forçada a tal!!)
dancei a valsa.. e soube-me bastante bem!
abanei-me ao som da beyonce e diverti-me como tudo!
fiz o comboiinho da praxe
dei um pézinho de dança ao som dos velhos clássicos que metem os arraiais ao rubro
vinho tinto all night long
já não sentia os pés.. bye bye sapatos.. toca a dançar..
shot
dançar
rodas tu e rodo eu.. roda outro e não o mesmo
estou a beber e não me sinto bebeda!! muito bom!!
acabou a musica??!!
fuck!!!
regresso a lisboa a 170
despedidas
chegar ao silêncio de casa e deixar-me cair na cama
estou a ver que amanhã não ponho os pés no trabalho
humm.. pode ser que daqui a umas horas já esteja melhor
adormecer
acordar às 9h30.. e depois às 11h
confirma-se: não vou trabalhar
dor de cabeça
uma sede descomunal..
sensação de ressaca
nunca mais uso saltos!!
união
já o que siginifica não me desagrada de todo, mas existem muitas variáveis a tomar em consideração.
vejamos antes assim: 1 + 1 = 2.
embora em muitos casos é bom tentar unir esforços de ambas as partes para atingir a tal "unidade". e nesses casos: 1 + 1 = 1 (sem anulação de nenhuma das partes envolvidas, bem entendido).
parece mais fácil na teoria do que na verdade é.
na prática é bem dificil..
é por isso que admiro quem se casa com a plena consciência do que está a fazer. e do que isso significa não naquele dia.. mas no outro.. e no outro.. e no dia a seguir.
atirar-se de cabeça. apostar no que se sente.
partilhar um todo com aquele alguém.
o bom.. o mau.. o que mais vier.
é lindo.
é isso.
06 setembro 2009
asus
desse rebanho vai sair em breve uma ovelhinha. -- e essa ovelhinha serei eu.
é assim a vida.. e como diz o outro, todo o mundo é composto de mudança.. e lá chegou ela.
normalmente chega 1 ano e meio depois, que assim ditam as novas regras.
como ouvi dizer: "se é para mudar pois que seja para melhor" -- e eu assim espero, ainda que não seja a pessoa mais optimista, tem de se ter sempre alguma fé.
passei a semana a trabalhar no portátil do boss.. e bom, quando algo assim nos vai parar às mãos até quem não seja muito curioso acaba por ter o reflexo de ir espiolhar/investigar o que por ali se esconde.
e vai de ir ao histórico.. e aos favoritos..
e bom meus amigos (ou leitores incautos que vieram aqui parar ao engano) nunca pensei que o senhor em questão fosse tão pouco interessante.
nem sei bem como começar; pareceu-me por bem adoptar a estratégia de atirar uns quantos nomes assim ao calhas para ver se torno a coisa um pouco mais interessante do que me soou e a partir daí cada um que faça o seu próprio juízo de valor.
ora então cá vai:
- clube dos bimbólicos anónimos (pois.. deve ser mesmo isso que estão pensar)
- jogos de mahjong
- externato da Luz
- ordem dos advogados
- site das finanças
- jogos online
- o mundo das winkx (acho que são as novas bonecas de agora, mas nem sei ao certo)
- tinoni e companhia (humm.. quero crer que isto não seja consulta do boss)
confesso que esta listagem tão "limpinha" me fez ter medo.
o rapaz do quarto ao lado
não existem palavras suficientes para explicar o quanto cabe em 24 anos de vivências.
deixo apenas duas: "parabéns" e um "obrigado".
02 setembro 2009
sem título
The first time I saw you was like a punch right through my chest
And I will forever, ‘cause you’ll forever be
My one true broken heart, pieces inside of me;
And you’ll forever, my baby be.
Confess I'm not quite ready to be left.
Still, I know I gave my level best.
You give, you give, to this I can attest
You made me, you made me.
You and me forever, baby.
portátil
é oficial.. eu gosto de viver no risco.
:D
31 agosto 2009
só me apetece é..
hoje o rebanho já se reuniu todo aqui pelo nº 8 do costume.
quando cheguei perto das 9h resmuguei qualquer coisa como um "ah e tal.. bom dia".. e segui caminho fora pelo escritório em busca de uma possível saída de emergência -- que não encontrei -- o que fez com que me sentasse aqui bem sentadinha a tentar concentrar-me no que tinha para fazer e me deixasse de vez de disparates.
o terminar das férias e ver o verão quase no fim causa-me irritabilidade e falta de concentração (ainda mais acentuada..)
só me apetece é subir para cima da mesa e gritar histéricamente:
aaaahh!! volta meu querido mês de agosto!!!!!.. -- enquanto levanto o vestido e despenteio o cabelo como se de uma maluquinha se tratasse.. ; quem sabe o patrão me dava baixa médica e eu ia outra vez para a praia!
não iria resultar. raios!!! :\
p.s - vou ter de pôr a revelar os meus rolos para ter onde me agarrar quando quiser pensar em férias.. e no verão..!!!
27 agosto 2009
26 agosto 2009
na terra dos sonhos..
(ainda aí estão?.. ah ok!)
pôs-me a mão na cabeça e disse:
- "e então falando do que importa.. onde estão os chocolates?". -- seguido de um longo e desconfortável silêncio.
como era um sonho, não lhe disse.
(e aqui para nós.. nunca lhe iria dizer!!!)
25 agosto 2009
e eu que até nem gostava da Lilly Allen
but she's nearly 30 now and she's out every night
I see that look in her face she's got that look in her eye
she's thinking how did I get here and wondering why
she's got an alright job but it's not a career
wherever she thinks about it, it brings her to tears
cause all she wants is a boyfriend..
she gets one-night stands
she's thinking how did I get here
I'm doing all that I can"
24 agosto 2009
the sweetest thing
we have a whole life to live together you fucker, but it can't start until you call.
let's take my hand for a walk.
21 agosto 2009
16 agosto 2009
15 agosto 2009
calor.. insectos.. e calor
09 agosto 2009
paradoxos
o conhecido nunca é totalmente conhecido.
nem o desconhecido interiamente estranho.
há sempre maneira de achar que uma coisa é parecida com outra e muito diferente da mesma.
o habitual acaba por nos adormecer, e precisamos de ser acordados pelo invulgar como por chicotada.
04 agosto 2009
a_gosto
mas que ruido é este que vem da rua..? lindo.. a estas horas é que se lembram de alcatroar a rua.. e este cheiro..?? bah!!
num impulso levo a mão ao puxador da porta da varanda.
problema resolvido.
estou de férias..
isso deveria significar que o meu nivel de ansiedade devia estar mais baixo.. mas isso não se verifica.
ainda não, pelo menos..
se calhar estou demasiado sóbria e isso leva-me a sentir e a ver as coisas de forma diferente ou.. talvez as esteja a ver exactamente como elas são e não enfeitadas de uma outra forma.
este cheiro parece que se mastiga.. quero ver como é que vou dormir hoje..
a unica coisa que já arrumei foi a música que quero ouvir nos próximos dias.
isso foi tarefa fácil.
o resto parece bem mais dificil de realizar.
estou com preguiça para arrumar a tralha hoje.
mas não consigo dormir por isso até calha bem.. assim faço tempo até o sono chegar e durante esse tempo tenho a cabeça ocupada e não penso em merdas.
por merdas entenda-se todo um conjunto de situações mal entendidas, mal explicadas, não faladas.. que se acumulam e do nada crescem ao ponto de ter já morada e código postal.
isso são as merdas.
e é com isso que uma pessoa vai ocupando a cabeça de vez em quando..
dia a dia.. vai enchendo.. enchendo até que um dia tem a merda a bater-lhe à porta.. sem pedir licença para entrar já está connosco para o pequeno almoço e é aí que uma pessoa sabe que está fodida.
eu estou bem muito obrigado.
mas sou como uma pessoal qualquer.. e tenho as minhas merdas.
03 agosto 2009
diz que..
e diz também quem sabe que é verão.
isto tudo conjugado dá-me um enorme desejo de evasão..
fugir da selva de asfalto e meter-me dentro de água salgada até me doer o corpo..
estar deitada ao sol.. os pés enterrados na areia quente..
aproveitar para ler.. para fechar os olhos e ouvir as musicas que depois se tornam na banda sonora detalhada de alguns momentos..
e sair da praia com os cabelos a pingar e com metade do areal dentro dos chinelos.
para mim isto é ir à praia.
and i'm going..
talvez leve a holga. se ela não tiver planos.
01 agosto 2009
a silent film
The city sleeps tonight beneath the fading lights
The people dream of fame and fortune
Forget every portion of a life they lead outside
And do you see that our life isn't perfect
You know that it's worth the pain you feel
And do you hold on like it is the last time
Live like it's the first time you could feel
The city sleeps tonight and hope begins to die
The famous dream of living normal
No more drugs or photos
No more living like a lie
Everyone is the same, no matter what they say
So just let it go
28 julho 2009
24 julho 2009
23 julho 2009
ah! e depois..?
não me parece lá nada um bom começo.
é deprimente.
no minimo.
ben-u-ron is now my best friend.
22 julho 2009
21 julho 2009
a gun and a pack of sandwiches
Floating upon this surface for the birds
The birds
You want me?
Fucking well come and find me
I'll be waiting
With a gun and a pack of sandwiches
And nothing...
Nothing.
You want me?
Well come on and break the door down...
You want me?
Fucking come on and break the door down
I'm ready.
I'm ready.
20 julho 2009
won't stop till it's over
Temper Trap - Sweet Disposition
sweet disposition
never too soon
oh reckless abandon
like no one's
watching you
a moment, a love
a dream, a laugh
a kiss, a cry
our rights, our wrongs
a moment, a love
a dream, a laugh
a moment, a love
a dream, a laugh
just stay there
cause i'll be comin over
and while our bloods still young
it's so young
it runs
and we won't stop til it's over
won't stop to surrender
songs of desperation
I played them for you
just stay there
cause i'll be comin over
and while our bloods still young
it's so young
it runs
and we won't stop til it's over
won't stop to surrender
09 julho 2009
tomorrow
The Kooks
Does It Offend You, Yeah?
Blasted Mechanism
Fisherspooner
Placebo
Prodigy
vai ser tão bom!!!...
(não foi?)
08 julho 2009
07 julho 2009
does it offend you, yeah?
He entertained her, then forgave her -- did you know her?
He whispered -- did they embrace her?
Have I condemned her
She won't be there with a rattle -- I lost her
I'll pay for her wayward eyes -- She won't be there with a rattle
Oh, God.. -- she won't be there with a rattle.
#
06 julho 2009
candy
Here is the root of the root and the bud of the bud and the sky of the sky of a tree called life; which grows higher than soul can hope or mind can hide.
And this is the wonder that's keeping the stars apart...
I carry your heart, I carry it in my heart." -- yes, we had a lot going for us. we'd found the secret glue that held all things together.
in a perfect place, where the noise did not intrude, our world was so very complete.
03 julho 2009
.
- "pra mim pode ser.. um ponto final."
- "sai um ponto final pra mesa 7!!"
02 julho 2009
air traffic!
we talk all night and into the day
'til there's no more to say
and when we're all done, you say it's been fun
but it's better this way
time's run out, i'm losing control
...
donnie darko e afins..
ninguém morre sozinho.
pelo menos é o que eu penso..
ou prefiro imaginar.
e não quero me convençam do contrário.
01 julho 2009
preto--branco--cinza
os dias
deitado
sem
respirar.
sentado
penso
no
que
me
vem
à
mente.
fumo
um
cigarro
porque..
só
assim
deixo
de
pensar
na
massa
cinzenta
que
se
senta
atrás
de
mim.
what if?
detesto acordar assim..
não era o não estar a reconhecer o sitio onde acordo, mas sim a vaga sensação que me perdi bastante pelo sonho..
por não breves momentos tive receio de que o que sonhara não era em si um sonho, mas sim a realidade.
e ao mesmo tempo, não me importaria se o tivesse sido.
estava tão alheia a tudo que não parei para me esticar pela cama como de costume..
levantei-me e olhei-me no reflexo que o vidro do armario mesmo à minha frente me apresentava..
devo ter torcido o nariz umas dez vezes, esfregado os olhos.. e fui despenteada pelo corredor até á cozinha.. com aquela sensação a acompanhar-me.
e se tivesse sido verdade?
tinha-o sido duas vezes..
tinha-me deixado uma estranha sensação de conforto..
e quase que o sabor do sonho estava na minha boca.
So come on down and let it out
Walk me through the corridors of fear
It's not a dream without a doubt
You try so hard to shut the feelings the out
Cos I can't understand what's going on
I can't understand what's going on
And now it seems so long ago
We talked for hours and missed the last train home
But are we weightless being blown
Far from the heart and far from all we've known
30 junho 2009
açucar.. açucar..
29 junho 2009
week.end
que.. regressar a uma Lisboa chuvosa é o cenário mais desmotivante que me pode aparecer pela frente.
a acrescentar ao levantar cedo para mais um work day.
e ao acordar a cama tinha demasiado espaço..
could i be someone else in some place else
could i be someone else... and would you be there for me
cause i'd rather be someone else... i'd rather be some place else and have you close to me
ainda não tenho a cabeça no sítio..
24 junho 2009
multidão
sms
O.J SIMPSON :D
(orange juice)
beijo.
nunca pensei eu que isto pudesse ser uma sms de amor que eu mandasse a alguém antes de adormecer á 1h30 (e acordar zombie no dia seguinte).
i've snapped somethin'!
23 junho 2009
i guess
«gostaria que soubesses que eu..» -- era mais ou menos assim que poderia começar uma qualquer carta que te escrevesse.
mas sinto que nunca passaria da primeira linha.
que nunca chegaria a termina-la.. e talvez isso seja o melhor que faça.
possivelmente nunca saberei escreve-la.
mas hoje comecei bem o meu dia.
acabaram-se as minhas palavras para ti.
21 junho 2009
a rapariga do vestido roxo
"novamente atrasada" -- resmunga entredentes enquanto o empregado lhe estende o menu.
levanta novamente a cabeça, observa o movimento das ruas através da janela.. e vê-a finalmente a atravessar a rua.
traz um vestido roxo, o qual jurara já se ter desfeito, mas que acabava sempre por ir buscar ao armário, todos os anos. ela agia assim com quase tudo, e fora precisamente esse pormenor que o atraiu quando a conheceu.
a mesma roupa que usava e tornava a usar, a pilha de sapatos que amontoava sem os usar, o sem número de lingerie preta que ocupava todas as gavetas da cómoda, aquela canção que entoava quase todas as manhãs quando acordava mais bem disposta.. tudo fazia agora parte da vida á qual se sentia alheio, e que pensava abandonar, algures entre o prato principal e a sobremesa.
dá-se conta da incongruência do local que escolhera para a deixar; fora precisamente ali que se apercebera pela primeira vez que já não a amava.
quando ela lhe sorriu esteve prestes a gritar-lhe: "vou deixar-te! pára de sorrir assim para mim!!"
mas limitou-se a perguntar-lhe se ela já sabia o que ia pedir.
agitou o guardanapo nervosamente enquanto remoía um sem numero de pensamentos.. outra coisa que o irritava profundamente é que ela quase nunca pedia sobremesa, mas comia as suas quase todas.
e o pior de tudo é que ele acabava sempre por pedir o que ela gostava.
"já nem sei se gosto de profiteroles" -- pensou ele gravemente enquanto dobrava e desdobrava a toalha.
quando ela se pôs a chorar como ele nunca a tinha visto antes, o seu pensamento foi automaticamente interrompido.. e o primeiro pensamento que lhe ocorreu foi que ela sabia que ele ia deixá-la.
"pronto! ela já sabe. ela sabe-o faz tempo.. eu devia ter desconfiado".
ela continuava no outro lado da mesa a soluçar. parecia estar a acalmar-se. levou as mãos á mala e tirou um maço de folhas que lhe estendeu.
ele agarrou-as, não sem antes notar o quanto ela tremia.
repentinamente o motivo daquela refeição desvaneceu-se por completo no seu espirito.
"deves estar à altura das circunstâncias.. -- diz-lhe a voz dentro da sua cabeça -- tens de saber estar á altura das circunstâncias!"
e foi o que fez.
primeiro encomendou três doses de profiteroles..
rodeou-a das atenções que ela sempre reclamara.
leu-lhe em voz alta "Sputnik, my love" de Murakami.
dançou com ela numa sala sem musica de fundo.
deu-lhe tudo..
mesmo as coisas mais insignificantes tinham agora um sabor diferente, sabendo ele que seria a ultima vez que as poderia fazer com ela.
de tanto se comportar como um homem apaixonado transformou-se de novo num homem apaixonado.
e quando ela finalmente partiu, ele caiu num coma emocional do qual nunca mais recuperou.
ainda hoje o seu coração se aperta sempre que vê uma rapariga com um vestido roxo.
19 junho 2009
the sun is often out
that you've gone and thrown away..
and with it your whole future.
Now I sit down here at low tide.
And this is where I live now, and I have overcome my demons.
And I remember the day you told me that the sun is often out.
I wish I had known you better.
The sun, the sun, the sun, the sun is often out.
Was your work of art so heavy that it would not let you live?
17 junho 2009
ideias/teias.. desejos/veias
como elas são
convencionalmente
feitas.
as minhas provas
que tu reprovas
são novas provas
que tu aprovas
todas as provas
que tu aprovas
calam as provas
que tu reprovas
são só ideias
e as suas teias
são só desejos
nas nossas veias
nossos receios
e suas sobras
são nossas provas
diz-me se aprovas.
16 junho 2009
14 junho 2009
uma historinha..
10 junho 2009
blood-red
circula pela sala e diz.. "já não nos conhecemos? tenho a sensação de que já te vi.. onde moras? eu moro na 17éme. devo ter-te visto no bairro, não?"
ele apenas levanta os olhos.
"não és muito conversador.. não sei mas, parece-me que já te vi -- insiste -- tens um aspecto místico, a sério. emana de ti algo muito especial. acreditas em espíritos? talvez nos tivessemos conhecido noutro tempo.. noutra época.."
- "dá-me lume".
- "lume?"
- "obrigado".
- "e é espantoso porque assim que te vi senti necessidade de falar contigo. foi como se.. não sei.. -- diz enquanto guarda o isqueiro no bolso do casaco -- foi um sentimento muito forte, estranho.. pensei que.. se não te falasse antes de me ir embora.. iria passar ao lado.. ao lado de algo importante."
baixa os olhos perante o silêncio.
"eu sei que é uma palermice, mas não queria.. em resumo, dás-me licença? -- senta-se numa cadeira em frente a ele -- gostas de jazz? charlie parker?.. eu adoro.. enfim.. não interessa. ouve, vou-te deixar o meu numero. gostava muito de falar contigo.. se tu me telefonares, mais a sério.. e.. com mais tempo. sobretudo mais tempo.
estende-lhe o papel.
- "obrigado".
já está. boa viagem. adeus.
03 junho 2009
happiness is a warm gun
Down to the bits that I left uptown
I need a fix cause I'm going down
Happiness is a warm gun
When I hold you in my arms
And I feel my finger on your trigger
I know nobody can do me no harm
Because happiness is a warm gun
Happiness is a warm gun
-Yes it is.
02 junho 2009
"the mystery of love is greater than the mystery of death"
Smashing Pumpkins - Stand inside your love
são 10h45.
ainda não me parece que tenha acordado.
e entretanto.. não consigo desligar esta música da minha cabeça.
deveria haver uma maneira de o poder fazer..
01 junho 2009
wilco
29 maio 2009
etc
leva-me a viajar para bem longe. mas ao mesmo tempo ajuda-me a manter focada.. o melhor dos dois mundos!
o que já não é tão agradável é depois ouvir comentários como "és mesmo velha pra estares a ouvir essas músicas a uma hora destas.. e num dia de verão como o de hoje".
abespinham-se.
mas a alternativa seria ouvir melhor o novo albúm do Bob Dylan, o que também não se coaduna aqui com o som que sai das colunas das vizinhas..
entretanto dou uma vista de olhos á folha de entrega do correio de hoje.. o numero de registos.. bla bla bla.. na coluna do lado direito reparo estar escrito em baixo "o giro".. olho para o carteiro.. nah! publicidade enganadora.
tenha um bom resto de dia, bom fim de semana.
igualmente para si. -- e para os seus (apetece-me dizer). hoje estou com uns pensamentos mesmo estúpidos.
Nina Simone - I put a spell on you